Modularidade

É a característica mais influente no projeto que adota containers no processo construtivo. Sua utilização como módulo só é possível pois ele apresenta um espaço interno circulável, com dimensões úteis e adaptáveis a projetos arquitetônicos. Essa adaptabilidade também viabiliza soluções multi-modulares flexíveis que permitem a utilização do container em projetos de diferentes escalas e necessidades. Por exemplo, em uma reforma ou anexo de uma edificação existente que exige velocidade ou pouca interferência, ou mesmo um grande programa, que necessite ser expandido de acordo com o seu desenvolvimento, para evitar gastos antecipados e espaços ociosos.

A adoção do container como módulo projetual pode englobar a solução espacial, a solução estrutural ou ambas simultaneamente. No primeiro caso o container é utilizado somente para definir os espaços, sendo necessária uma estrutura de suporte para distribuir as cargas. Já no segundo, eles são os principais responsáveis pela distribuição dos esforços, sendo fundamental o conhecimento e respeito de suas limitações e particularidades. Enquanto isso, no último caso, o módulo do container é empregado tanto para definir os espaços, quanto para atuar como a principal estrutura de suporte da edificação.

A modularidade também beneficia a mobilidade das estruturas em containers em diferentes modais, como caminhões, trens ou navios, sendo que os chassis de um caminhão, por exemplo, podem transportar um container de 40’ (pés), dois de 20’ (pés) ou 4 de 10’ (pés).

Está relacionada principalmente à pré-fabricação, a mobilidade e a reutilização. A pré-fabricação permite que estruturas em containers sejam erguidas até cinco vezes mais rápido que projetos tradicionais, além disso, facilita a organização do campo de obras, reduzindo a sujeira e o desperdício de materiais construtivos. Já o caráter modular, adaptado aos diferentes modais de transporte, possibilita que estruturas em containers sejam desmontadas e levadas para outros locais, de acordo com a demanda existente. Por último, a reutilização e reciclagem do aço do container, após ter o seu ciclo de uso completo, é mais proveitosa que a do concreto, promovendo o reembolso de parte do investimento que o proprietário fez e contribuindo para o meio ambiente, visto que a matéria prima continuará a ter um uso, sem necessariamente precisar ser descartada.

Edificações em container podem atuar de diferentes maneiras em questões relacionadas à economia, sendo elas o custo-benefício, o papel de agente estimulador e o caráter comercial que elas podem adquirir. O custo-benefício, dependendo do projeto, do processo construtivo, do nível de pré-fabricação, do local de implantação e da vida útil desejada, pode ser até 50% melhor que as edificações tradicionais, mantendo o mesmo padrão de qualidade. Enquanto ao papel de agente econômico, as estruturas em container podem, por meio de um baixo investimento e uma rápida construção, contribuir para estímulo da economia local da região, além de serem uma ótima alternativa para projetos sociais, devido ao seus custos gerais, mobilidade, flexibilidade e caráter sustentável. Em relação ao caráter comercial, é possível explorar seu aspecto visual, associativo e conceitual para eventos, instalações públicas e projetos artísticos.