Todas as vantagens dos projetos que envolvem containers são reais e capazes de proporcionar benefícios importantes para seus usuários. Porém, os desafios e dificuldades enfrentados são equivalentes aos dos processos tradicionais de construção, por isso é essencial que desde o princípio seja elaborado um projeto que leve em consideração as particularidades estruturais e dimensionais dos containers. Caso contrário, todo o potencial desse modelo construtivo será desperdiçado, produzindo um resultado insatisfatório e monótono.

A desinformação não afeta somente no resultado final, mas também seus potenciais usuários. Durante muito tempo, as soluções projetuais em container foram associadas à soluções interinas, emergenciais e com manutenção inadequada. Até hoje esse preconceito pode persistir, prejudicando injustamente um método de construção capaz de ser, em muitos casos, o mais adequado entre as possibilidades existentes.

O container em estado original não responde adequadamente à questões como proteção contra o calor, umidade, ruído e fogo, que são essenciais para a sua nova função de abrigar atividades humanas. Assim, adaptações construtivas são necessárias para o bom funcionamento desse tipo de edificação.

A alteração brusca de temperatura que pode ocorrer em containers não adaptados é consequência de sua reduzida quantidade de matéria sólida, isso faz com que eles tenham baixa capacidade de armazenar calor, exigindo a adoção de soluções de isolamento. Quanto mais espessa a camada de isolamento, maior será o seu custo e maior será a perda de área útil do container.

Estruturas em aço normalmente apresentam baixa resistência ao fogo, devido a sua boa condutividade térmica, por isso é importante pensar desde o início do projeto em adaptações que aumentem a resistência do container ao fogo. De modo que, se expostas a altas temperaturas, as edificações não percam sua resistência estrutural. Resistência estrutural essa, que limita o crescimento horizontal, vertical e dos balanços das estruturas em container, exigindo a utilização de adaptações e reforços, dependendo das decisões projetuais.