Estrutura

ELEMENTOS

Em containers de carga, a estrutura primária de suporte é como um esqueleto composto por perfis de aço soldados, que podem ser de diferentes tipos dependendo da posição e do carregamento. A base do container é reforçada por uma grade secundária e as paredes de aço são formadas por folhas trapezoidais, com 2 mm de espessura, soldadas pelas arestas. O teto é feito por chapas de aço vincadas e as duas paredes mais compridas são estruturais, servindo como amarração e apoio, por suportarem cargas e funcionarem como uma grande viga de seção ondulada.

Em containers de construção, a estrutura básica é composta por perfis de aço ocos e perfis laminados, sendo suportada e reforçada por uma estrutura secundária que funciona como preenchimento. Também possui barras transversais no chão, suportando o contrapiso, e uma chapa metálica no teto, apoiada por vigas cruzadas.

FUNDAÇÕES

A construção com container exige fundações, que podem variar caso seja móvel, gerando tipos de fundação desmontáveis. Um exemplo de fundação é o que utiliza grandes lajes pré-fabricadas, de instalação fácil e rápida, colocadas depois da preparação do solo com uma camada de mistura natural e outra de areia. A fundação simples ou fundação parafusada é fixada no solo por meio de parafusos, podendo ser retirada facilmente. A fundação almofada ou fundação por pinos é formada por elementos pré-moldados de concreto, fixados a partir de hastes metálicas afundadas em determinado ângulo no solo.

Independente do tipo escolhido, a fundação sempre deve fixar o container no solo pelos quatro cantos, utilizando apoios metálicos ajustáveis, que transferem as cargas para o chão. Pode ser necessário o uso de um contrapeso para abaixar algumas partes da construção, por ser uma estrutura muito leve. É possível produzir construções flutuantes, que utilizam diques como apoio, podendo ser padrões ou feitos de containers, facilitando a união com a construção. Dependendo do local em que a construção é feita, a estabilidade estrutural pode variar, sendo a estrutura do container muito apropriada para regiões com riscos de terremotos, por apresentar um comportamento elástico às vibrações.

EMPILHAMENTO

Em containers de carga, cada um dos oito cantos do container apresenta um corner-fitting - ou montagem de canto -, feito de aço fundido e com aberturas em três lados, sendo responsável pela fixação e facilitando o empilhamento e o transporte, por possibilitar a união entre containers e a conexão com equipamentos. Já nos containers de construção, os cantos também apresentam reforços, que são dispositivos de conexão utilizados para o empilhamento e o transporte, sendo similares aos dos containers de carga, porém mais leves.

Existem algumas variações do container de construção, como os containers leves, os containers dobráveis e os containers extensíveis. Os containers leves buscam minimizar as cargas, por isso não possuem uma estrutura de aço, somente paredes, piso e teto que fazem a estabilização, apresentam uma subestrutura que pode ser elevada e podem ser montados e desmontados rapidamente. Os containers dobráveis são um pouco mais altos, também feitos de aço e geralmente empregados quando é necessário que a construção seja rápida e flexível, muito utilizados em casos de construções temporárias. Os containers extensíveis podem ser estendidos através de um mecanismo dobrável e a instalação é leve e muito rápida, podendo variar entre a versão 2 em 1 até a 4 em 1.

O posicionamento dos containers ocorre geralmente na horizontal, por ser o sentido para o qual foram projetados, mas também podem estar na vertical, constituindo um caso especial estruturalmente. Quando o empilhamento é feito da forma recomendada, seguindo o alinhamento dos cantos, a próxima etapa é a de escolha de um sistema de conexões compatível com o necessário. Quando há variações no empilhamento, os pontos onde os cantos encontram o frame devem ser reforçados, resultando em juntas não compatíveis com o sistema. Além disso, é importante que os recortes para hidráulica e elétrica sejam feitos antes do empilhamento. Os containers podem criar construções autoportantes, em que cada um deles define um determinado espaço, ou podem ser utilizados como estruturas secundárias, que suportam outras por meio das paredes estruturais.

RECOMENDAÇÕES

Devem ser evitadas aberturas nas paredes de maior comprimento, sendo necessária uma compensação estrutural quando isso ocorre. Também é bom evitar a realização de muitas ligações soldadas, que são caras e demoradas. A respeito da distribuição de cargas em um container, os oito cantos existentes possuem a função de apoio, fazendo com que as cargas sigam o caminho da estrutura e sejam encaminhadas para o solo. Em função disso, a recomendação para o empilhamento é que se considere essa distribuição, alinhando os cantos dos containers para que as cargas sigam a estrutura. Mesmo assim, existem exemplos que contrariam esse ideal, empilhando os containers de formas diferentes e dificultando a correta distribuição dos esforços, mas também são possíveis.

Os containers de carga são muito estáveis, sendo que os de 20 pés - que são mais comuns - pesam 2,4 toneladas métricas e suportam 24 toneladas, podendo ser empilhados até 8, já os de 40 pés pesam 4,5 toneladas métricas e suportam 30 toneladas. Podem apresentar diferentes alturas, que variam entre 2 m e 3 m, porque essa dimensão não é padronizada, sendo definida a partir das considerações estruturais de cada caso. Já os containers para construção apresentam uma estrutura mais leve, por apresentarem menor quantidade de aço, podendo ser empilhados até 3, além de existir em alguns casos a exceção de empilhar 4 containers, mas com a necessidade de estruturas de reforço. Assim como em outros tipos de construção, o balanço máximo que pode ser feito é de 40% do vão.